A ejaculação precoce (EP) é uma das disfunções sexuais masculinas mais frequentemente encontradas, caracterizada por um tempo de latência ejaculatória bastante curto e uma falta de controle sobre o momento da ejaculação.
Tal condição pode resultar em insatisfação sexual e pode impactar de maneira negativa tanto a autoestima quanto a qualidade de vida dos homens que a experienciam. A EP pode ser classificada como uma condição vitalícia ou adquirida, frequentemente ocorrendo com menos de um minuto de penetração vaginal e com uma incapacidade de retardar a ejaculação na maioria das relações sexuais.
A EP é considerada uma disfunção de natureza neurobiológica, com evidências sugerindo que tanto os neurônios serotoninérgicos quanto os dopaminérgicos no sistema nervoso central desempenham um papel crucial. Níveis alterados de sensibilidade aos receptores de serotonina nos centros de modulação ejaculatória do SNC são vistos como a base fisiopatológica dos problemas relacionados à ejaculação. Baseado no papel da serotonina na fisiologia do controle ejaculatório, os Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRSs) têm sido amplamente investigados para o tratamento da EP.
Entre os diversos ISRSs disponíveis, a dapoxetina é a única que foi aprovada especificamente para o tratamento da ejaculação precoce, com uso pontual, e não crônico. A dapoxetina é um ISRS de ação curta, desenvolvido especificamente para tratar a EP. Após a administração oral, a dapoxetina é rapidamente absorvida e atinge concentrações plasmáticas máximas em aproximadamente 1-2 horas, com uma meia-vida de eliminação curta, o que minimiza os efeitos colaterais a longo prazo.
Em estudos de alta qualidade multicêntricos, randomizados, duplo-cegos e controlados por placebo, a dapoxetina mostrou-se significativamente mais eficaz do que o placebo em aumentar o IELT e melhorar a satisfação sexual dos pacientes. A diferença média ponderada para o IELT foi de 1,67 minutos, indicando uma melhoria substancial no controle da ejaculação para os homens que usam dapoxetina. Tanto as doses de 30 mg quanto as de 60 mg de dapoxetina sob demanda foram eficazes em prolongar o IELT, com a dose de 60 mg sendo mais eficaz.
Ademais, a dapoxetina possui um perfil de segurança favorável, com efeitos colaterais que são geralmente leves a moderados, tais como náuseas, tonturas e cefaleia, mas estes não foram graves o suficiente para justificar a descontinuação na maioria dos casos.
Referências:
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