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Medicamentos injetáveis intracavernosos podem ser bons aliados no tratamento de disfunções sexuais masculinas, como distúrbios androgênicos do envelhecimento masculino e disfunção erétil. Elas atingem uma parcela significativa da população masculina, em especial a partir dos 40 anos, e podem causar uma série de incômodos.

Não conseguir manter a ereção ou ejacular precocemente afeta diretamente o relacionamento afetivo do homem, bem como sua autoestima e qualidade de vida – e é capaz de levar a quadros de depressão e ansiedade. Além da possibilidade da disfunção estar relacionada a alguma doença em específico.

Tratamento mais indicado

Para saber o momento certo de partir para os medicamentos injetáveis, o urologista precisa conhecer a fundo o seu paciente. É necessário analisar seu quadro clínico e conhecer suas limitações no que diz respeito à saúde em geral.

Também é fundamental deixá-lo à vontade e confiante. Com isso, será possível saber se ele já tentou algum tipo de tratamento e avaliar o grau do problema sexual apresentado.

Hoje, estima-se que mais de 100 milhões de homens sofram de disfunção erétil, por exemplo. Por isso, saber abordar o assunto e direcionar o paciente faz toda a diferença.

Em que casos são recomendados os medicamentos injetáveis?

São indicados medicamentos injetáveis intracavernosos para casos mais avançados, que necessitam de um tratamento mais severo por não apresentar resposta aos outros tratamentos, ou pela necessidade do paciente de uma medicação personalizada.

Desta forma, eles atuam como um tratamento intermediário entre a falha do comprimido e o implante de uma prótese peniana.

O médico deve recorrer a eles quando a medicação via oral já não faz efeito ou quando o paciente apresenta significativos efeitos colaterais decorrentes do seu uso.

Esses medicamentos intracavernosos são uma alternativa à prótese peniana, que é uma solução mais drástica nos casos em que o tratamento conservador não respondeu de acordo com o esperado. Por isso o médico deve recomendar a injeção intracavernosa como tratamento antes da solução mais drástica que é a prótese peniana.

Isso pode ocorrer, principalmente, quando o paciente tem diabete mellitus, já realizou radioterapia da próstata, prostatectomia radical (retirada da próstata no câncer), entre outros.

Benefícios desse tratamento

Após a aplicação intracavernosa a ereção deve ocorrer dentro de 5 a 20 minutos, e ereção deve se manter por uma a três horas.

Personalizadas, as fórmulas são definidas pelo médico, de acordo com a necessidade do paciente.

Há inúmeras vantagens em aderir aos medicamentos injetáveis manipulados. Uma delas é que o médico pode definir o tratamento adequado para o paciente conforme suas especificidades.

Além disso, a possibilidade de haver contraindicações é mínima, uma vez que o medicamento foi projetado exclusivamente para aquela determinada pessoa.

Disfunção erétil: fatores que devem ser considerados

Após os 40 anos, os homens passam a perder testosterona e sofrer diferentes mudanças hormonais, o que pode levar à disfunção erétil.

A disfunção erétil (DE) é definida como uma frequente dificuldade em ter ou manter a ereção. Ela pode acontecer por inúmeros motivos, dentre eles os fatores hormonais, vasculares, neurológicos e psíquicos.

Pode ser, também, consequência de problemas físicos, como doenças renais, diabetes, hipertensão, esclerose múltipla, doenças neurológicas e cirurgias.

O uso de determinadas drogas, como antidepressivos, antipsicóticos e antiácidos também está associado à DE. Sendo assim, é recomendada a reposição hormonal, desde que não haja contraindicações, como é o caso de pacientes com câncer de próstata.

Tratamento mais adequado para a disfunção erétil com medicamentos injetáveis

Nos casos em que os medicamentos injetáveis intracavernosos são o tratamento indicado, o urologista deve levar em consideração os seguintes fatores:

  • Classificação da disfunção do paciente (leve, moderada, ou grave);
  • A prostaglandina possibilita uma ereção rápida e eficaz, porém com um tempo de duração menor;
  • A prostaglandina pode causar ardência devido ao seu pH. Quando isso ocorrer, é necessário diminuir a concentração de prostaglandina e aumentar a concentração de papaverina;
  • A papaverina permite uma ereção mais prolongada, porém com um início mais demorado;
  • A papaverina pode causar uma dor intensa devido à ereção muito rígida e prolongada, assim como fibrose. Nesses casos, deve-se diminuir a dose de papaverina e, se necessário, aumentar a de prostaglandina;
  • O volume da aplicação recomendado é de até 0,8 ml. Caso não chegue ao efeito desejado, é indicado que se aumente a concentração da fórmula;
  • Também deve-se levar em conta as especificações de armazenamento dos medicamentos injetáveis, de mantê-los ou não refrigerados.

Combinações para medicamentos injetáveis

As combinações mais utilizadas para medicamentos injetáveis no tratamento de disfunção erétil são bimix (papaverina + fentolamina ou fentolamina + alprostadil) e trimix (papaverina + fentolamina + alprostadil).

Efeitos colaterais provocados pelas substâncias

A ocorrência de efeitos colaterais severos provocados pela farmacoterapia intracavernosa são raras. A mais temida é o priapismo (ereção que persiste por mais de 4 horas).

Caso o priapismo não seja tratado, o paciente pode desenvolver sequelas irreversíveis, como fibrose, que o torna não mais responsivo à farmacoterapia intracavernosa. Essa complicação em específico é mais frequente com o uso isolado de papaverina, sendo muito rara com a PGE1, trimix ou bimix.

O alprostadil é equivalente à prostaglandina E1 (PGE1) e seu efeito terapêutico deve-se ao aumento do fluxo sanguíneo por vasodilatação direta.

Depois da injeção, 96% do alprostadil são metabolizados em até 60 minutos, com taxas de sucesso de 70 a 75%, os efeitos colaterais  comuns incluem dor ou ardência no local da injeção ou durante a ereção(11 a 15%).

A fentolamina é um antagonista alfa-adrenérgica com a mesma afinidade pelos receptores alfa-1 e alfa-2. Sua meia vida plasmática é de 30 minutos e pode causar efeitos colaterais, como congestão nasal, desconforto gastrointestinal, hipotensão sistêmica e taquicardia reflexa.

Papaverina e seus efeitos

Já a papaverina provoca relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos e dos vasos penianos. É metabolizada pelo fígado e tem meia vida plasmática de uma a duas horas.

Quando utilizada isoladamente, as doses variam de 15 a 60 mg. Entre suas vantagens destacam-se o custo reduzido e a estabilidade à temperatura ambiente.

Os efeitos colaterais da papaverina possuem incidência de até 6% de priapismo e 6% a 30% de fibrose dos corpos cavernosos (associada à técnica inadequada). Também pode causar elevação ocasional das enzimas hepáticas.

Diversos estudos mostram uma taxa de satisfação acima de 75% nos pacientes que utilizam medicações injetáveis e menor incidência de priapismo ou fibrose.

Isso está relacionado à utilização de combinações de fármacos em medicamentos injetáveis intracavernosos em uma única fórmula, que são os bimix e trimix.  Os efeitos colaterais são poucos, em função dos volumes menores de cada fármaco necessário e a ação em diferentes vias aumenta a eficácia do tratamento.

O bem-estar do paciente em primeiro lugar

Se você é urologista ou andrologista, certamente recebe em seu consultório vários pacientes com o perfil abordado neste artigo. São homens que estão diante de um problema que os atinge de inúmeras maneiras.

Eles já tentaram resolver essa situação com medicação via oral, sem sucesso, e precisam ser direcionados para um tratamento mais assertivo.

Diante desse cenário, os medicamentos injetáveis intracavernosos se apresentam como a melhor alternativa.

Eles atuam no sentido de melhorar seus relacionamentos e manter sua saúde mental em dia. São a maneira mais eficaz de devolver a qualidade de vida e a autoestima dos seus pacientes, quando o assunto são as disfunções sexuais masculinas. 

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